Acidentes de trabalho
Cerca de 700
mil casos de acidentes de trabalho são registrados em média no Brasil todos os
anos, sem contar os casos não notificados oficialmente, de acordo com o
Ministério da Previdência. O País gasta cerca de R$ 70 bilhões esse tipo de
acidente anualmente.Entre as causas desses acidentes estão maquinário velho e
desprotegido, tecnologia ultrapassada, mobiliário inadequado, ritmo acelerado,
assédio moral, cobrança exagerada e desrespeito a diversos direitos.
Os acidentes
mais frequentes são os que causam fraturas, luxações, amputações e outros
ferimentos. Muitos causam a morte do trabalhador. A atualização tecnológica
constante nas fábricas e a adoção de medidas eficazes de segurança resolveriam
grande parte deles.
Na
sequência, aparecem os casos de lesões por esforço repetitivo e Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/Dort), que incluem dores nas
costas. A prevenção se dá por correções posturais, adequação do mobiliário e
dos instrumentos e dosagem da carga de trabalho.
Em terceiro
lugar, aparecem os transtornos mentais e comportamentais, como episódios
depressivos, estresse e ansiedade. Segundo Remígio Todeschini, diretor do Departamento
de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência
Social, esses são os problemas de solução mais complexa.
Para ele,
falta valorizar o trabalhador. “Ele precisa ter orgulho do que faz, sentir-se
valorizado, para ganhar qualidade de vida e bem-estar, não doenças”, diz.
A aplicação
do Fator Acidentário de Prevenção (FAP), a partir de 2010, obrigou as empresas
a pagarem mais impostos sobre a folha de pagamentos conforme o índice de
acidentes de trabalho. Esses recursos servem para financiar o Seguro Acidente
de Trabalho (SAT), para custear benefícios ou aposentadorias decorrentes de
acidentes de trabalho.
Uma nova
Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho foi criada em 2011. Antes
focada em reabilitação e tratamento, agora ela visa à prevenção, com ações
combinadas de três ministérios: Previdência, Trabalho e Saúde.
Para
Jeferson Seidler, auditor fiscal do trabalho no Ministério do Trabalho, uma
cultura de trabalho seguro e saudável começa com o comprometimento efetivo dos
empresários e gestores. “É preciso investir nesse campo com o mesmo empenho com
que se investe na qualidade dos produtos ou no controle financeiro”, diz.
Embora o
número de acidentes esteja caindo gradativamente, Seidler reconhece que ainda há
muito que melhorar. Ainda acontece de empregadores e trabalhadores acharem que
as medidas de segurança atrapalham o serviço e não levarem as normas a sério.
Para muitos trabalhadores brasileiros, qualidade de vida no
trabalho parece ser um sonho distante. “Primeiro precisamos alcançar os
patamares mínimos de trabalho decente, com jornadas de trabalho adequadas,
remuneração justa, tratamento humano e risco muito baixo de acidentes e
doenças”, afirma Seidler.
Todos juntos nessa causa!
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